Todos os centros comerciais e montras encheram-se de símbolos amorosos, coração ou simples verso em tábuas ou outro material qualquer. Por todo lado comemorou-se o dia 14 de Fevereiro, dia dos namorados. Nos restaurantes, hotéis, cinemas e canais televisivos encontrava-se um cartaz com a frase “14 de Fevereiro dia dos namorados” e com programas ou filmes especiais para o dia.
Para muitos é simplesmente mais uma oportunidade para mostrar-se o (nosso) espírito do consumismo, do materialismo. É apenas um dia de negócios.
Para outros é simplesmente um dia como outro qualquer. Defendem que o amor não é por um dia, não é por um mês, não é por um ano, mas para a vida inteira. Quem ama não tem dia para dedicar de forma especial à pessoa amada.
Mas para o resto, é um dia especial, de dar ou receber uma rosa da pessoa amada, de almoçar ou jantar a dois num restaurante, de dormir num quarto de hotel ou pensão. Ou seja, um dia para fazer programas diferentes do quotidiano e estar a sós, sair da rotina diária.
Acordar ao por do sol como se fossem únicos na face da terra.
É complicado explicar o significado do amor, esse sentimento que sempre uniu o homem e a mulher, sem querer falar de outros casos raros da natureza.
O amor entre o homem e a mulher ofuscam sempre todas as outras formas de falar do amor. É sempre um amor diferente do amor à pátria, o amor à profissão, amor entre amigos, amor entre pais e filhos.
Muitos autores escreveram sobre o amor, mas nunca definiram o sentimento amor. Mas o que sempre falaram foi da expressão do amor; da forma como o homem e a mulher se relacionam no amor. Como diz o relato da criação, O homem deixará seu pai e sua mãe, para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne. Gen 2, 24.
O amor é além de tudo, comprometer-se a fazer o outro feliz; é fidelidade e escolhas.
Como escreveu o poeta Luís Camões:
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem-querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humana amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem-querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humana amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Que significado se pode dar a São Valentim?
Mostra a loucura do amor; a loucura que muitos consideram que não deve ser apenas dia 14 de Fevereiro, mas apenas em momentos dedicados a dois, entre o homem e a mulher com carinhos, beijos, passeios, etc.
Cada loucura de amor depende do dia, da hora, da disposição, mas apenas serve para dizer pessoa amada o quanto o amas.
Como escreveu Manuel Alegre:
Amor é mais do que dizer.
Por amor no teu corpo fui além
e vi florir a rosa em todo o ser
fui anjo e bicho e todos e ninguém.
Por amor no teu corpo fui além
e vi florir a rosa em todo o ser
fui anjo e bicho e todos e ninguém.