a religiao e a paz


O Papa Bento XVI relembra o caminho essencial para a PAZ, “Liberdade religiosa, um caminho para a paz”. O santo Padre lembrou dos vários ataques religiosos que tem dividido o homem criando conflitos inreparaveis, em especial as recentes tribulações que se vive no meio oriente. Ainda na carta faz um apelo aos governantes a serem solidários de modo a criar ambientes propicios à paz no mundo. Depois lembra a todos que a paz é um dom que vem de Deus que se manifesta no respeito pela cultura moral e espiritual de cada povo e de cada homem em si. A paz é nada de mais um bem a ser cultivada por todos.

O texto que se segue é de autoria de Adriano Baptista, nascido em Janela, Santo Antão, estudante de teologia na UCL.

Neste Domingo em que celebramos a festa do Baptismo do Senhor as três leituras nos apontam um único caminho: a justiça. E numa sociedade em que andamos perdidos e sem rumo, onde cada um procura a “sua justiça”, a mensagem dessas leituras podem ter uma importância tremenda.
Não há dúvidas que a nossa sociedade anda a procura, cada vez mais da justiça. Mas que justiça? Uma justiça onde cada um quer ser melhor que o outro? Onde cada um apresenta como o mais “justo”, o maior e que faz tudo para se sobrepor aos demais? Onde não há liberdade de expressão? Perante “justiças” dessas, nunca chegaremos a uma sociedade de paz e amor como a que Deus quer para o ser humano. Porque todos querem a justiça para o seu lado e o castigo para os outros.
Onde não há uma verdadeira justiça não há paz, porque não há paz sem justiça e nem justiça sem amor. Hoje vive-se num mundo em que a paz é o valor mais desejado. No entanto a guerra e os conflitos são mais semeados. Se é o que semeamos, como colheremos a tão desejada paz?
O Papa Bento XVI, na sua mensagem para a celebração do XLIV dia mundial da paz, fala da Liberdade religiosa, caminho para a paz. De facto, os grandes ataques religiosos que acontecem frequentemente são um estorvo à construção da paz. Enquanto não houver um mundo – como diz o Papa - onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé e viver o seu amor a Deus com todo o coração,[1] será difícil construir um mundo de paz. Temos visto recentemente vários ataques aos cristãos de várias partes do mundo: no Iraque e mais recentemente no Egipto, onde no dia 1 de Janeiro de 2011, um ataque á uma igreja cristã vitimou 21 pessoas. Mas como descreveu o Jornal Público, «foi mais um, numa série de violentos ataques recentes contra minorias cristãs em países de maioria islâmica: Iraque, Nigéria, Paquistão e Indonésia são alguns dos países onde nos últimos meses cristãos foram perseguidos e mortos apenas por causa da fé, num sinal de crescente intolerância religiosa»[2]
Deus não pode ser causa de divisão. Ele que criou o ser humano «a Sua imagem e semelhança» e que enviou Cristo como expressão máxima do Seu amor, só pode querer a nossa liberdade e o nosso bem. Por isso, rezar pela paz, afirmamos que a liberdade e a paz são dons de Deus aos homens e que Ele não quer outra coisa se não o desejo da construção de uma sociedade harmónica, assente sobre os alicerces firmes da justiça, liberdade, dignidade humana e acima de tudo, assente na paz.


[1] Cf. MENSAGEM DE SUA SANTIDADE BENTO XVI PARA A CELEBRAÇÃO DO XLIV DIA MUNDIAL DA PAZ, 1 DE JANEIRO DE 2011 – in www.vatican.va.
[2] JORNAL PÚBLICO, 2 de Janeiro de 2011.

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