os jovens e a religião


A Jornada Mundial da Juventude foi criada pelo Papa João Paulo II em 1985, e consiste numa reunião de dezenas de milhares de pessoas católicas, sobretudo jovens. O evento é celebrado a cada dois ou três anos, numa cidade escolhida para celebrar a grande jornada em que participam pessoas do mundo inteiro. A partir de 1987 e depois, a cada dois anos, como regra geral, organiza-se a Jornada Mundial da Juventude em algum lugar determinado do mundo.[1]
Este ano será celebrada em Madrid nos dias 16 a 21 de Agosto.

O presente texto que se segue é da autoria de João José Santos, de Ribeira da Torre, Ribeira Grande, Santo Antão e estudante de teologia na UNC

Na recente mensagem que o papa Bento XVI endereça aos jovens do mundo inteiro por ocasião da XXVI Jornada Mundial da Juventude[2] (JMJ), o número 1 tem este título: “Na nascente das vossas maiores aspirações!”. Neste número, o papa esclarece que todo o ser humano padece da fome de criar relações com os outros, onde brotam o amor, a paz, a serenidade, a confiança, a solidariedade e, tudo aquilo que é capaz de criar um mundo novo. Também, é uma das aspirações dos jovens de hoje, em criar relações, que os fazem sentir livres, sonhadores, vencedores. Neste aspecto diz Bento XVI: “Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz”.

No fundo, o jovem (como também toda a pessoa humana) é um mendigo da felicidade. Sente a necessidade de ser feliz, porque sabe que a felicidade existe, está ao alcance de todos. Na juventude há uma maior preocupação em orientar a vida, pois, muitas vezes, o futuro depende da juventude. O jovem preocupa-se em ter um emprego estável que lhe dê segurança, liberdade financeira, estabilidade e que lhe abre os horizontes para o futuro. Também, como diz o papa, a juventude é a idade de uma profunda busca, uma grande viagem e uma incansável peregrinação rumo à “Vida Maior”. 

Neste aspecto, o papa conta a sua experiência: “se penso nos meus anos de então… queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza… queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem”.
“Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. 

Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não! Não é um sonho vazio, sem conteúdo que acaba quando o jovem atinge a idade adulta. É um sonho bem real, bem claro, bem sério. Esta procura juvenil e humana é a procura de Deus. O jovem sente que há “Algo Maior”, que não é um simples emprego, um sentir-se bem, uma pequena família, o dinheiro e os prazeres da vida. O jovem – como Santo Agostinho – sente que há um descanso do coração - o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti”. De facto, Deus é o criador do homem, tudo se orienta para Ele. Ele é a razão do nosso viver. Ele é mais certo do que o ar que respiramos. Enfim, Ele é aquele descanso do nosso coração.

Por último, o papa diz que o jovem é o “futuro da sociedade e da Igreja!”. A sociedade espera muito dos jovens. Os futuros políticos, presidentes, banqueiros, empresários, agricultores… são os jovens de hoje. Também, a Mãe Igreja espera muito dos seus filhos. Tem confiança e sabe que pode contar com os jovens. Os futuros papas, cardeais, bispos, padres, religiosas, esposos, missionários e cristãos comprometidos são os jovens de hoje. Mas, para tudo isso, é necessário acautelar-se do relativismo…

Termino esta minha reflexão com as palavras do Santo Padre: Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto”.